Meu Conto: "FLOR DE MARACUJÁ" está inserido nesta Colectânea:
Um "cheirinho":
[... A
tarde corria. Clara descansava… sonhadora…
Depois
dum duche rapidinho, ali permanecia quietinha na rede. debaixo do telheiro.
O
telheiro, o seu lugar preferido no quintal daquela acolhedora casa da família.
Era um lugar fresquinho e acolhedor.
O
telheiro estava lindo, naquela época do ano, de tão colorido de flores de
cajueiro. Ou maracujá? Sim, flores de maracujá.
Lindas
são as flores desta elegante trepadeira! Flores de maracujá. Estas flores tão
exóticas, com o tamanho de uma grande rosa: cinco folhas mais grossas, verde no
exterior, rosado no interior; sobre estas, postas em cruz, outras cinco
púrpuras. Como num tono sanguíneo, vão armando quase um pavilhão feito de uma
espécie de fios roxos, com mistura de branco. Flores de extraordinária beleza!
Flores
de maracujá, tão exóticas, como os cajus, pseudofrutos, do cajueiro! O cajueiro
é mágico, majestoso, simbólico… sonhar com o seu fruto há quem diga que traz
sorte.
Clara
sabe-o: estas são flores da paixão. Têm forma de uma coroa de espinhos. Talvez
seja, por isso, que são associadas à paixão.
Paixão,
esse fogo, calor do amor! (...)
Parecia
mesmo uma bessangana! Aquele seu tom de pele castanho dourado, olhos escuros e
vivaços, cabelo negro, arrepiado num toitiço feito a jeito de quem não quer
mais que descansar… A faixa enrolada na cabeça, dava-lhe um ar altivo.
Uma
bessangana perfeita. Só lhe faltava ter nascido na ilha de Luanda – Ilha do
Cabo!
Filha
do “puto” era ela. Não pensava assim…Sentia-se uma filha do seu deserto. Era
uma filha do coração. A sua maninha, sim, é uma filha do deserto.
Saída
aos oito anos dos Algarves, Clara bebeu, bebia, dia a dia, água do Curoca.
Quem
bebe água do Curoca, quando longe do rio tem muita saudade....]
de: Adélia Vaz (aileda)
Parecia
mesmo uma bessangana! Aquele seu tom de pele castanho dourado, olhos escuros e
vivaços, cabelo negro, arrepiado num toitiço feito a jeito de quem não quer
mais que descansar… A faixa enrolada na cabeça, dava-lhe um ar altivo.
Uma
bessangana perfeita. Só lhe faltava ter nascido na ilha de Luanda – Ilha do
Cabo!
Filha
do “puto” era ela. Não pensava assim…Sentia-se uma filha do seu deserto. Era
uma filha do coração. A sua maninha, sim, é uma filha do deserto.
Saída
aos oito anos dos Algarves, Clara bebeu, bebia, dia a dia, água do Curoca.
Quem
bebe água do Curoca, quando longe do rio tem muita saudade....]
"Beijos de Bicos" - Ode aos afectos
Nós dizemos que é uma das mais
essenciais manifestações do ser humano, que está presente em toda a parte e
como tal não deve ser de estranhar que seja matéria de inspiração para a arte,
e que não devemos ter medo de ser tão humanos quanto parecemos. Se ela imita a
vida (será que imita?) então é natural que os sentimentos fundamentais estejam
presentes em cada momento.
É a ditadura dos afectos sobre
a expressão do mais íntimo e mais próprio ao humano. Assim a colectânea
"Beijos de Bicos" procura ser mais um porto de abrigo para a criação
literária que encontra neste tipo de sentimentos a sua inspiração.
Esta é mais uma oportunidade
para dar a conhecer os talentos escondidos de quem escreve, mas porque nem só
de letras se fazem os afectos desta vez teremos a fusão do talento fotográfico
ao serviço da palavra escrita. 68 fotografias que procuram não simplesmente
ilustrar mas dialogar com a verve literária dos nossos autores. Assim ganha
forma esta colectânea, do trabalho e da inspiração de 68 escritores e uma fotógrafa,
esperamos que gostem tanto de ler como nós gostámos de a fazer.
Pastelaria Estúdios
Editora
Lançamento no próximo sábado,
23 de fevereiro, às 21h, aqui:
![]() |
Fábrica Braço de Prata
Rua da Fábrica de Material de
Guerra, nº 1
Lisboa
|
2 comentários:
Bem interessante, parabens pelo belissimo blogue.
Obrigada, António Gallobar!!! Sua visita me faz pedir-lhe q volte smepre...
Sausações poéticas p um novo leitor meu...
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